Potencial alelopático do extracto de ramos terminais de Casuarina equisetifolia em estacas e sementes de Ipomoea pes-caprae (l.) R.br e Canavalia rosea (Sw.) DC.
Palavras-chave:
Alelopatia, Canavalia rosea, Casuarina equisetifolia,, Ipomoea pes-caprae, vegetação nativa pioneira de dunaResumo
Na zona costeira da Cidade de Maputo a Casuarina equisetifolia é comum pelo seu uso como estabilizador de dunas e quebra-ventos. Esta espécie possui potencial para colonizar áreas abertas nas dunas, substituíndo a vegetação nativa e ameaçando a diversidade biológica, num fenómeno denominado alelopatia. O presente estudo teve como objectivo avaliar o potencial alelopático do extracto aquoso de ramos terminais de C. equisetifolia na germinação de sementes e crescimento de Ipomoea pes-caprae e Canavalia rosea. Para tal, foram colocadas sementes e estacas de ambas espécies em solo sob diferentes concentrações de extracto aquoso de ramos terminais de C. equisetifolia a 0%, 25%, 50%, 75% e 100%. No final da experiência, a germinação das sementes de I. pes-caprae mostrou maior sensibilidade ao efeito alelopático do extracto de C. equisetifolia do que C. rosea. A germinação decresceu com o aumento da concentração do extracto atingindo valores significativos a 100% e 50% para C. rosea e I. pes-caprae, respectivamente. Em estacas, o número de folhas de C. rosea decresceu com o aumento da concentração do extracto de C. equisetifolia enquanto que em I. pes-caprae apresentou um aumento significativo a 50%. A sobrevivência das estacas decresceu significativamente a 100% e 50% do extracto de C. equisetifolia, em C. rosea e I. pes-caprae, respectivamente. Os resultados indicam que a C. equisetifolia exerce um efeito alelopático sobre as espécies nativas pioneiras das dunas, o que justifica a escassez de vegetação sob suas copas, sendo um factor a considerar quando usada na recuperação da vegetação nessas áreas.
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