Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp <p>A Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública é uma série de publicação da Revista Científica da UEM (RC-UEM), publicada pela Unidade Editorial da Revista Científica da Universidade Eduardo Mondlane. É de <em>Acesso Livre, </em>bianual e tem como principal objectivo difundir os resultados das actividades científicas realizadas por docentes e investigadores da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e de outras instituições de ensino superior e de investigação na área das Ciências Biomédicas e Saúde Pública<strong>.<br />ISSN: 2307-3896<br /></strong></p> pt-PT rc.uem@uem.ac.mz (Aidate Mussagy) horacio.zimba@uem.mz (Horácio Zimba) Thu, 27 May 2021 12:01:21 +0200 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 COMUNICAÇÃO SOCIAL EM TEMPO DE PANDEMIAS: Uma análise à eficácia da mensagem veiculada pelos meios de comunicação social na prevenção do COVID-19 em Moçambique http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/113 <p>O presente estudo faz uma reflexão na tentativa de responder se a mensagem veiculada pelos meios de comunicação para prevenir e combater a COVID-19 tem estado a produzir os efeitos desejados no contexto moçambicano. Os meios de comunicação estudados foram escolhidos na base de uma amostra intencional, tendo-se trabalhado com a Rádio Moçambique (RM), a Televisão de Moçambique (TVM) e as rádios comunitárias de Monapo, em Nampula, e Voz Coop, em Maputo. Baseado numa abordagem qualitativa, o estudo privilegia a análise documental, concretamente a audição e visualização de materiais de comunicação veiculados nos canais supracitados. Sob o olhar da Estratégia de Prevenção e Resposta à Pandemia da COVID-19, publicada pela Organização Mundial da Saúde, que destaca a mobilização de todos os sectores e comunidades para que assumam a prevenção e resposta à doença, conjugado à abordagem do processo da comunicação humana, o estudo verificou que a mensagem veiculada pelos órgãos de comunicação social estudados nem sempre produz efeitos desejados. Foi verificado o incumprimento das medidas de prevenção, facto que pode revelar um desfasamento entre a conduta e as percepções dos indivíduos e a mensagem emitida pela Direcção Nacional da Saúde. Entretanto, constitui um dado adquirido que os meios de comunicação social, conjugados aos diversos actores sociais, mostram-se eficientes e adequados como canais de comunicação. Por isso, o estudo sugere um trabalho de comunicação virado não só para a sensibilização, mas também para a educação da sociedade para a mudança de comportamento.</p> Arlete Mambo , Afonso Vassoa Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/113 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 ANTIGOS DILEMAS E VÍRUS NOVO: estigma em tempos do novo coronavírus http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/128 <p>O objectivo deste trabalho é fazer uma análise da relação entre o novo coronavírus e o estigma social, suas formas de manifestação, implicações sociais, desafios e oportunidades que se apresentam para a sociedade moçambicana como um todo. Esta reflexão baseou-se em leituras de artigos científicos, reportagens e artigos jornalísticos, além de outras matérias tematicamente relevantes, disponíveis em sítios da internet. Apesar de constatarmos que as manifestações de estigma, em tempos da COVID-19, tenham iniciado com antagonismo em relação à grupos específicos (chineses), nesta reflexão fundamentamos que o vírus não discrimina com base na raça, nacionalidade, religião, nível de escolaridade ou classe socioeconómica. O estigma social deve ser visto como uma questão transversal e que pode acompanhar a evolução e curso da pandemia da COVID-19. Assim sendo, concluímos que, na medida em que o vírus se propaga em Moçambique, é importante que as acções da sociedade, como um todo, tomem em consideração a questão do estigma social, procurando rapidamente mapear, prever e monitorar seus efeitos e consequências. Prestar atenção às manifestações de estigma e suas implicações é importante para mitigar os impactos da COVID-19 seja a nível individual, comunitário e nas estruturas de saúde, tendo em conta que, potencialmente, para evitar o estigma, as pessoas infectadas podem ocultar o seu estado, não se apresentarem nas unidades sanitárias e continuar a estabelecer contactos sociais como se não estivessem infectadas.</p> Hélio Maúngue Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/128 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 A RELIGIÃO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS EM MOÇAMBIQUE: desafios e oportunidades http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/129 <p>O presente artigo analisa o papel da religião no contexto da pandemia de COVID-19 em Moçambique, procurando mapear seus desafios e oportunidades. Com recurso à revisão de literatura e observações no terreno realizadas por informantes, argumenta-se que a pandemia de COVID-19, por um lado, criou limitações importantes no exercício das actividades religiosas devido ao encerramento dos espaços de cultos colectivos gerando, para algumas instituições religiosas, problemas de ordem financeira devido a interrupção da colecta de dízimos, e, por outro, abriu oportunidades para o seu envolvimento em acções de solidariedade na procura de minimizar o impacto de COVID-19 na sociedade moçambicana. Conclui-se que, por um lado, os grandes desafios que a religião pode impor à sociedade neste período de pandemia se situam na primazia da prosperidade, material baseada em “falsas profecias” pregadas por algumas igrejas pentecostais e na possibilidade de se gerar atitudes e comportamentos de fanatismo religioso através de discursos religiosos que colam a causa da pandemia ao pecado; e, por outro, que maior parte dos rituais praticados nos locais de cultos em Moçambique e em várias partes do mundo, tais como a transe, o sermão, o canto, a hóstia e comunhão, as recitações em voz alta assim como as condições dos edifícios onde ocorrem os cultos tornam as instituições religiosas um dos grandes propagadores do vírus causador de COVID-19.</p> Chapane Mutiua Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/129 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 DA COMUNICAÇÃO E O SEU IMPACTO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID 19, EM MOÇAMBIQUE http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/131 <p>O presente artigo sumariza uma análise sobre a comunicação pública efectiva e funcional como mecanismo para a mudança de comportamento no contexto da pandemia da COVID-19 em Moçambique. A reflexão baseia-se nas exortações do governo, particularmente através do Ministério da Saúde (MISAU) e dos discursos presidenciais, nas três fases iniciais. Tendo em conta a informação veiculada pelos meios de comunicação social, por um lado, e a realidade cultural, social e económica do país, por outro, o presente artigo defende que a comunicação pública efectiva e funcional é um instrumento central para o controlo e combate da pandemia. Neste contexto, dá-se particular atenção aos grupos sociais mais vulneráveis que não têm meios para ter acesso e seguir a informação e os aconselhamentos a partir dos <em>media</em> mais comuns como estações televisivas, rádios, incluindo as comunitárias, jornais, revistas e meios cibernéticos como emails, WhatsApp, portais, SMS, entre outros.</p> Teresa Manjate Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/131 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 CONTINGÊNCIA DO RETORNO ÀS AULAS E PREVENÇÃO DA COVID-19 EM MOÇAMBIQUE http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/133 <p>O advento da pandemia do coronavírus levou a que a maior parte dos países, incluindo Moçambique, adotassem medidas restritivas sobre a mobilidade social e realização de actividades socioeconómicas, incluindo o encerramento de estabelecimentos de ensino, na sua componente presencial. O objectivo deste artigo é contribuir nas reflexões críticas e determinação de parâmetros essenciais na estruturação de estratégias para a viabilização do retorno às aulas presenciais em contexto da COVID-19 e necessidade de observância de medidas de prevenção e mitigação que concorram para tornar o ambiente escolar menos suscetível à propagação de infecções em Moçambique. Esta análise baseou-se em revisão bibliográfica de materiais temáticos publicados sobre a COVID-19 incluindo peças jornalísticas, documentos normativos e legislativos, entrevistas com informantes-chave, caracterização e categorização dos enfoques temáticos emanados depreendidos dos materiais e fontes listados. O anúncio presidencial sobre a contingência do retorno às aulas presenciais exacerbou a tensão social fervilhante, polarizado a sociedade entre os que são a favor e os que entendem que ainda não é o momento para o retorno às aulas presenciais de forma segura, com ambos polos apresentando fundamentos informados por pressupostos relevantes, tais como o&nbsp; curso da curva epidémica e os desafios estruturais para a implementação dos protocolos de prevenção e mitigação da COVID-19 nas escolas, conforme o estipulado pelos guiões e directrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU). Apesar de a polarização de posições sobre o retorno às aulas centrar-se em questões relativas à preservação da estrutura económica e às fragilidades das infraestruturas escolares, há toda uma ênfase dialógica e de comunicação sobre a resposta nacional à pandemia que deve ser re-articulada e disseminada de modo a engajar as diferentes constituências e a sociedade na compreensão das implicações sociais e económicas das opções e roteiros que o país pode adoptar de modo a viabilizar um retorno seguro às rotinas educacionais e produtivas, essenciais para a reprodução social. Nessa perspectiva, a deliberação sobre o retorno às aulas presenciais deve centrar-se na ponderação e implementação do que pode ser feito para assegurar que a retomada das actividades suspensas possa ser feita de forma segura e epidemiologicamente relevante, nas condições estruturais que caracterizam o país.</p> Cristiano Matsinhe Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/133 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 RESISTÊNCIA À ADOPÇÃO DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA COVID-19 EM MOÇAMBIQUE http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/127 <p>O novo coronavírus é a maior preocupação de momento e impõe uma constante reinvenção das estratégias para a desacelerar o ritmo de propagação das infecções e mitigar os seus impactos socioeconómicos. A declaração do estado de emergência e imposição de medidas restritivas e de prevenção da COVID-19 em Moçambique visa responder a esse desiderato. Entretanto, o risco de aumento do número de infecção por COVID-19 parece iminente e, a inobservânca das medidas emanadas parece estar entre as causas. Analisar os factores de resistência ou apatia à aceitação e adopção das medidas de prevenção da COVID-19 e enunciar recomendações a serem consideradas no enquadramento das etapas subsequentes da resposta do país à pandemia. O estudo foi baseado na revisão bibliográfica de estudos existentes, documentos normativos (decreto) e reportagens jornalísticas. Foi aplicada a análise temática e, os temas foram definidos de acordo com o modelo de crença na saúde. A disposição quase anárquica das moradias, a maior densidade populacional e vias de acesso deficientes, a presença de residências que albergam um número elevado de membros, os mercados pouco estruturados, deficientes canais de circulação, foram identificados como factores que concorrem para o aumento o risco de infecção e propagação da COVID-19 visto que não favorecem a prática do distanciamento físico. A estas condições aliam-se as questões normativas e comportamentais. A reorganização gradual dos mercados (que representa a dimensão infa-estrutural da resposta) e a elevacão da consciência dos indivíduos sobre as medidas de prevenção e a importância de mudança de comportamento face a pandemia da COVID-19 são importantes partes de respostas combinadas à COVID-19 e que não discuram os desafios da susbistência dos indivíduos e famílias ao mesmo tempo em que se salvaguarda a saúde pública.</p> Mónica Frederico , Cristiano Matsinhe Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/127 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200 COVID-19 E O MULTILINGUISMO EM MOÇAMBIQUE http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/130 <p>Em contextos de pandemia, a comunicação desempenha um papel fundamental, pois, ajuda a influenciar a mudança de comportamentos, a identificar e gerir atempadamente a desinformação e assegurar o direito à saúde através de informação necessária e de qualidade sobre a Covid-19: de que doença se trata, qual é o período de encubação, as medidas de prevenção e os sintomas da doença na língua que cada cidadão melhor fala. Neste artigo, analisamos a estratégia de comunicação adoptada no contexto da Covid-19, através do conteúdo de <em>spot</em> informativos sobre a doença nas línguas Nyungwe, Sena, Changana e Copi. Os spots informativos analisados no presente trabalho mostram que houve falta de divulgação de informação completa sobre a Covid-19 em línguas moçambicanas. Houve fragmentação da mensagem fornecida aos falantes de cada uma das línguas analisadas e noutros ainda, os falantes tiveram informação impertinente. Esta constatação leva-nos a concluir que, em contextos multilingues, a qualidade da informação sobre saúde não é assegurada exclusivamente com o uso das diferentes línguas moçambicanas mas sim, através do tratamento cuidado do conteúdo transmitido através delas. O MISAU tem a responsabilidade de assegurar que o direito à informação sobre doenças seja garantido aos cidadãos, liderando o processo de produção de spots.&nbsp;</p> Crisófia Langa da Câmara Direitos de Autor (c) 2021 Revista Científica da UEM: Série Ciências Biomédicas e Saúde Pública https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0 http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/cbsp/article/view/130 Thu, 27 May 2021 00:00:00 +0200