POLÍTICA LINGUÍSTICA: educação inclusiva em contextos de diversidade linguística e cultural em moçambique

Autores

  • Lucério Gundane Universidade Pedagógica

Palavras-chave:

Diversidade Linguística e Cultural, Educação Inclusiva, Política Linguística

Resumo

O estudo integra-se na Linguística Aplicada, visando, essencialmente, trazer uma breve reflexão sobre a importância da educação linguística inclusiva em contextos de diversidade linguística e cultural em Moçambique. A pesquisa não só traz fenómenos de natureza linguística e extralinguística que devem harmonizar as práticas educativas, como também, um quadro teórico que aprofunda o horizonte de compreensão da necessidade de um ensino e aprendizagem de línguas subjacente à realidade sociocultural do aluno. O problema que se levanta centra-se na necessidade de redefinição de políticas e práticas vigentes em prol de uma educação linguística inclusiva em contextos de diversidade em Moçambique, onde, além da língua portuguesa, são, pela população, faladas línguas de sinais, línguas do grupo Bantu, línguas Europeias, línguas Asiáticas e línguas do Médio Oriente. Relativamente à metodologia, trata-se de uma pesquisa descritiva, à medida descreve as dinâmicas do fenómeno diversidade linguística e cultural como um direito fundamental do homem. Através da abordagem interdisciplinar, durante a recolha de dados optou-se sobretudo pela pesquisa bibliográfica, visto que o estudo foi desenvolvido com base num vasto referencial teórico, estudos que incidem sobre práticas linguísticas, direitos fundamentais do Homem, língua e cultura. Discutidos e analisados os dados, concluiu-se que, de facto, as práticas linguísticas contribuem para uma educação inclusiva atinente à valorização do património sociocultural moçambicano, através de planos e/ou programas de ensino que harmonizem as necessidades individuais do aluno com os valores colectivos e prioridades da sua comunidade de fala.

Referências

AAVV. Quadro europeu comum de referência para as línguas: Aprendizagem, ensino, avaliação. Lisboa: Edições ASA, 2001;

APPEL, R. & MUYSKEN, P. Language Contact and Bilingualism. London: Edward Arnold, 1987.

BAMGBOSE, A. Language and the Nation: The Language Question in Sub-Saharan África. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1991.

CHAMBO, G. Revitalização dos ambientes participativos e interactivos na educação bilingue em Moçambique através do Translanguaging e do Cross-Culturalearning. Tese de Doutoramento em estudos linguísticos - Curso de Doutoramento em Estudos Linguísticos, Universidade de Viego, 2018.

CHIMBUTANE, F.; STROUND, C. (Orgs). Educação bilingue em Moçambique: reflectindo criticamente sobre políticas e práticas. Maputo: Textos Editores, 2011.

CHIMBUTANE, F. Sub-projecto de monitoria e avaliação da introdução do ensino bilingue em Maputo e Gaza. In: MINED-INDE. Projecto de avaliação educacional: relatório anual. Maputo: INDE, 2003.

CORREA, D.; GÜTHSB, T. R. Políticas Linguísticas na cidade de Itaiópolis-SC: relações entre língua e identidade. Gragoatá. v. 22, n. 42, 2017, p. 154-183.

DAVIDOFF, L. L. Introdução à Psicologia. 3ª Edição. São Paulo: Pearso, 2001.

FIRMINO, G. A Questão Linguística na África Pós-Colonial: O caso do Português e das Línguas Autóctones em Moçambique. Maputo: Promédia. 2002;

GIL, A. Metodologia do Ensino Superior. 3ª Edição. São Paulo: Atlas. 1997.

GUIRRUGO, O. Ensino Bilingue em Moçambique: Um desafio político-estratégico. In: Notícias. Maputo, 2010.

GUNDANE, L. S. Didáctica das Línguas Bantu. Maputo: CEAD. 2017.

GUNDANE, L. Planificação Linguística na Educação: seu Contributo para a Valorização e Introdução das Línguas Moçambicanas na Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos. (AEJA), na Cidade de Maputo. Monografia (curso de Licenciatura em Linguística e Literatura). Maputo, Universidade Eduardo Mondlane, 2010.

Instituto Nacional de Estatística. Resultados definitivos do censo geral da população de 2017. Maputo: INE, 2019.

KAPLAN, R.; BALDAUF, R. Language planning: from practice to theory. Clevedon: MML, 1997.

LINDONDE, L. O Uso das Línguas Moçambicanas no Ensino: um Contributo para a Luta contra a Pobreza Absoluta em Moçambique. In: BENIGNA, Z.; CASTIANO, J. (Orgs). As Ciências Sociais na Luta contra a Pobreza em Moçambique. Maputo: Filson, 2005.

LIPHOLA, M. Algumas Reflexões sobre Educação e Desenvolvimento em Moçambique. In: IIº Painel Moçambicano de Ciências Sociais. v. 2, [s/d], Maputo. Maputo: Colecção Painel Moçambicano, [s/d].

LIPHOLA, Ma. Desafios na gestão da diversidade do património linguístico em Moçambique. In: Folha de Linguística e Literatura. Nº 14. Maputo: UEM, 2009.

LOPES, A. A Batalha das Línguas: Perspectivas Sobre a Linguística Aplicada em Moçambique. Maputo: Imprensa Universitária, 2004.

LOPES, A. Language Policy in Mozambique: A Taboo? In: HERBERT, R. K. (ed). African Linguistics at the Crossroads: Papers from Kwaluseni. Koln: Rudiger Koppe Verlag,1997.

MACARINGUE, I. Políticas linguísticas e nacionalização do português. Foz do Iguaçu: Epígrafe, 2014.

MINZO, A. et. al. Reflectindo sobre género, educação e sexualidade: repensar conceitos e preconceitos. Maputo: CEAD. Colecção temas transversais, 2010.

NGUNGA, A. et. al. Educação bilingue na província de Gaza: avaliação de um modelo de ensino. Maputo: CEA. Colecção as Nossas Línguas II. 2010.

NGUNGA, A. et. al. Práticas linguísticas em Moçambique: avaliação da vitalidade linguística em seis distritos. Maputo: CEA. Colecção as Nossas Línguas IV, 2011.

NHAMPOCA, E. Ensino bilingue em Moçambique: introdução e percursos. In: work. Pap. Linguíst., Nº. 16, v.2. Florianópolis,2015, p. 82-100.

PAPALIA, Diante E. et. al. O mundo da criança: da infância à adolescência. 11ª Edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.

PAULA, M. H.; QUIRAQUE, Z. A. S. Diversidade linguística, direitos linguísticos e planificação linguística em Moçambique: problemática e desafios na adopção da língua de instrução no ensino e aprendizagem. In: Gragoatá, Niterói, v.22, n. 42, 2017, p. 208-231;

RIBEIRO, A.; RIBEIRO, L. C. Planificação e Avaliação do Ensino-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta,2003.

STUBBS, S. Educação inclusiva onde existem poucos recursos. 2ª Edição. Oslo: Ingrid Lewis, 2008;

UNESCO. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Salamanca: UNESCO, 1994.

UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. Barcelona: UNESCO, 1996;

VYGOTSKY, L. S. Thought and language. Cambridge: MIT Press, 1962.

##submission.downloads##

Publicado

2020-10-16

Como Citar

Gundane, L. . (2020). POLÍTICA LINGUÍSTICA: educação inclusiva em contextos de diversidade linguística e cultural em moçambique. Revista Científica Da UEM: Série Letras E Ciências Sociais, 1(2). Obtido de http://www.revistacientifica.uem.mz/revista/index.php/lcs/article/view/52

Edição

Secção

Artigos